Vírus são estruturas
biológicas (não vivas) constituídas basicamente por um capsídio proteico e um
ácido nucleico. Em alguns vírus, além do nucleocapisídio, há um envoltório
lipoproteico. Fora de células, não são considerados seres vivos; mas, quando
infectam (parasitam) uma célula, passam a serem considerados seres vivos, pois
começam a realizar funções, atividades (a sua reprodução). Pelo fato de precisarem
infectar uma célula para se multiplicar, os vírus são considerados parasitas
intracelulares obrigatórios.
Por serem
responsáveis por inúmeras doenças que matam milhares de pessoas todos os anos
ao redor do mundo, o estudo dos vírus é extremamente importante (por exemplo: A
AIDS, que é causada pelo HIV, já matou mais de 36 milhões de vidas até agora,
de acordo com a OMS: http://www.who.int/en/). Além da AIDS, temos várias outras doenças causadas por
vírus, tais como: catapora, sarampo, rubéola, varíola, poliomielite, raiva,
dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, SARS, caxumba, hepatite, herpes,
febre hemorrágica e etc.
Exemplos
de vírus, alguns inclusive causadores de doenças.
Além da questão médica,
vírus são amplamente usados para injetar genes em células, o que é extremamente
importante para a área da engenharia genética. Contudo, o uso mais perigoso e
polêmico de vírus é em armas biológicas, por exemplo: Russia e EUA são acusados
de possuírem cepas extremamente modificadas e mortais do vírus da varíola em
laboratórios secretos, prontos para serem usados.
Para o bem ou para o mau,
o fato é que vírus estão extremamente presentes na nossa vida.
Ácido Nucleico
Como vimos, os vírus são
constituídos de um ácido nucleico (DNA ou RNA), por isso há a divisão dos vírus
em:
·
Vírus
de DNA: possuem uma molécula de DNA como material genético. Ex: bacteriófago (um vírus que ataca bactérias,
como o próprio nome já diz);
·
Vírus
de RNA: possuem uma molécula de RNA como material genético. Ex.: vírus da rubéola (de cadeia + ), da
gripe (de cadeia - ) e da AIDS (retrovírus).
Além dessa divisão, os vírus de RNA
são subdivididos em 3 tipos:
·
De
cadeia + : aqueles cujo o RNA do genoma tem a mesma sequência de bases
nitrogenadas que o RNAm por ele produzido;
·
De
cadeia – : aqueles cujo RNA do genoma tem sequência complementar à dos RNAm
formados;
· Retrovírus:
aqueles cujo RNA vem associado à transcriptase reversa, para a produção de DNA,
tendo como molde o RNA viral.
O esquema abaixo ilustrará a diferença
entre os 3 tipos de vírus de RNA.
Retirada do livro Biologia dos Organismos, autores: José
Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho.
Capsídeos e envoltórios
Como já fora dito, vírus são
constituídos de um capsídeo ou um capsídeo mais um envoltório. A superfície de
um vírus é extremamente importante para o mesmo, pois ela possui glicoproteínas
específicas que se encaixam em receptores específicos presentes em apenas um
tipo de célula. Ou seja, um vírus só ataca a célula que está apto a invadir.
Costuma-se dizer que a ligação entre a glicoproteína do vírus e o receptor da
célula alvo é como a ligação de uma chave para a sua fechadura. Esse encaixe é o que permite ao vírus entrar na célula. Nas imagens a baixo, vemos exemplos de
envoltórios e de glicoproteínas (os “encaixes”).
Exemplo do vírus da gripe, onde podemos ver claramente as
glicoproteínas do envelope lipídico. (essas estruturas, no caso do vírus da
gripe em específico, recebem os nomes de Hemaglutinina e Neuraminidase, daí o nome Gripe H?N?).
Um exemplo esquemático de um vírus e suas glicoproteínas
(repare no formato específicos delas).
Esse esquema mostra a importância do envelope viral e as diferentes formas de penetrar na célula alvo.
Retirada do livro Biologia dos Organismos, autores: José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho.
Infectando a Célula
Os vírus são parasitas intracelulares
obrigatórios, ou seja, eles precisam infectar células para se reproduzirem.
Para isso, cada vírus possui o seu “maquinário” específico (os ácidos
nucleicos, as glicoproteínas, as enzimas e etc). De modo geral, podemos resumir
o processo nas seguintes fases:
1º) Contato do vírus com a célula alvo;
2º) Entrada do material genético e
enzimas;
3º) Material genético do vírus se
junta ao da célula;
A partir daqui, o processo se divide
em duas partes o ciclo lisogênico (no qual o material genético está inativo e o
processo não prossegue; contudo, conforme a célula se duplica, o material
genético do vírus se duplica também. Esse ciclo pode se interromper e iniciar o
lítico) e o ciclo lítico (descrito a baixo):
4º) O vírus (o seu material genético)
“assume o comando” da célula, fazendo-a produzir os novos vírus;
5º) Os novos vírus são “formados” e
6º) A célula se rompe liberando os
novos vírus, prontos para reiniciar o processo.
Esse é o processo geral, contudo cada
vírus tem a sua forma diferente de fazer esse processo, vejamos três casos (o
do bacteriófago, o do vírus da gripe e o HIV, respectivamente), seguido por um esquema dos ciclos líticos e lisogênicos de um bacteriófago:
As 4 imagens a cima foram retiradas do livro Biologia dos Organismos, autores: José Mariano Amabis e Gilberto Rodrigues Martho.
Doenças Virais
A seguir, temos uma tabela das principais doenças virais (a esquerda, o nome da doença; no meio, modo de transmissão e, a direita, profilaxia):
Poliomielite
(paralisia infantil)
|
A transmissão do vírus
que causa esta doença é
oral (boca) ou fecal
(fezes)
|
Vacinação das crianças
com as “Gotinhas do
Sabin”.
|
Dengue
|
A transmissão do vírus da
dengue pode ocorrer com
a picada do mosquito
Aedes aegypti
contaminado com o vírus.
O Aedes se
reproduz em
água parada e limpa.
|
Controle da
proliferação do mosquito
Aedes aegypti: não deixar
água parada em vasos,
pneus, garrafas, cacos de
vidro no muro ou
tampinhas.
|
Sarampo
|
A transmissão do vírus do
sarampo ocorre pelo
contato com as secreções
dos olhos, nariz e
garganta de pessoas
contaminadas.
|
1. Vacinação com MMR
2. Evitar o contato com
secreções dos olhos,
nariz e garganta de
doentes.
|
Gripe
|
A transmissão do vírus da
gripe ocorre pelo contato
com os perdigotos
(gotículas de saliva)
eliminados com a tosse
ou espirro de pessoas
gripadas.
|
1. Vacinação para idosos
e pessoas com baixa
imunidade.
2. Ficar longe dos
doentes.
3. Boa alimentação e
vitamina C, para
aumentar a imunidade.
|
Caxumba
|
A transmissão do vírus da
caxumba ocorre pelo
contato com a saliva
(perdigotos) dos doentes.
|
1. Vacinação com MMR.
2. Evitar o contato com os
perdigotos dos doentes.
|
Aids
|
A transmissão do vírus
HIV pode ocorrer pela
relação sexual sem
preservativo (camisinha)
entre pessoas
contaminadas. A
transmissão pode ocorrer
também pelo contato com
o sangue (transfusão ou
seringas contaminadas).
|
1. Fazer sexo com uso de
camisinha.
2. Não compartilhar
seringas.
|
Hepatite B
|
A transmissão do vírus
tipo B ocorre pela relação
sexual entre pessoas
contaminadas. A
transmissão pode ocorrer
também pelo contato com
o sangue (transfusão ou
seringas contaminadas).
|
1, Vacinação
2. Fazer sexo com uso
de camisinha.
3. Não compartilhar
seringas.
|
Raiva
|
A transmissão do vírus
pode ocorrer pela
mordida, arranhadura ou
lambida de cachorros e
outros animais com a
doença raiva.
|
1. Vacinação dos animais.
2. Lavar bem o local da
mordida com água e
sabão.
|
Catapora
|
A transmissão do vírus da
catapora ocorre pelo
contato direto entre as
pessoas com a doença.
|
1.Vacinação
recomendada
principalmente para os
idosos.
2. Evitar contato com as
pessoas infectadas
|
Curiosidades: